quarta-feira, 30 de setembro de 2009

OUTUBRO - MÊS DAS MISSÕES


O carisma missionário de São Miguel

São Miguel nunca chegou a participar de uma missão, no sentido estrito da letra; nunca cruzou o oceano e nem saiu da sua diocese. Contudo, é lícito dizer que ele possuía um espírito missionário.
Desde a sua gestação, aprendeu dos seus pais: Arnaldo e Graciana, a amar e lutar em prol da Igreja. Quantas vezes o jovem Miguel vivenciou ou até mesmo ajudou, a esconder sacerdotes na sua humilde casa e pela noite cruzá-los na fronteira com Espanha.

A sua vida foi uma árdua e contínua missão. Devido ao jansenísmo que predominava na época, Miguel teve que batalhar para receber a sua primeira comunhão. Para chegar ao sacerdócio, também não o foi nada fácil. Tinha que suportar o mau humor da cozinheira, passear com o cachorro do bispo e depois virar toda a noite estudando.
Com o tempo, foi madurando em São Miguel um generoso e firme espírito apostólico. Sem ter grandes dotes de orador e apesar de ter certa dificuldade de idioma, será capaz de convencer e converter a muitos. As suas humildes, mas profundas palavras eram capazes de penetrar até mesmo os corações incrédulos.

Era consciente de que a primeira e fundamental característica do missionário não é deixar sua família ou sua pátria, mas sim, configurar-se com o Cristo histórico: casto, pobre e obediente. É comprometer-se com o Reino; buscando colocar Deus no coração do Mundo e o Mundo no coração de Deus.
O carisma missionário de São Miguel nasce da contemplação do Verbo Encarnado, que sai de si mesmo e vai ao encontro do próximo. “Ante este espetáculo prodigioso, os padres de Bétharram se sentiram impelidos a entregar-se, imitando o Cristo aniquilado e obediente, e a esmerar-se ao máximo a fim de proporcionar aos outros a mesma felicidade, sob o amparo de Maria, sempre em disponibilidade para o que Deus pedisse dela, sempre submissa à ação de Deus”. (Prefácio das Constituições de 1838).


O Eis-me aqui, para São Miguel, significa entregar-se de corpo e alma ao ministério pastoral da paróquia de Cambó; assumir com esmero o professorado de filosofia no seminário de Bétharram; e também cumprir a Vontade de Deus como superior de quatro paredes; dedicar-se com amor paternal e maternal ao seguimento e formação da primeira comunidade betharramita. Quando todos saíam para missionar, ele ficava fiel ao seu dever de estado, era o ponto de referência dos peregrinos, sacerdotes e até bispos, que acudiam a ele para uma direção espiritual ou para a confissão.
A fiel obediência à Vontade de Deus, exercendo sempre a imensidade da caridade dentro dos limites da sua posição, formará no Santo Fundador um coração disposto a encarar a grande missão mais além do oceano, na América Latina.

Ir. Davi Lara SCJ

Um comentário:

  1. Missao requer coragem...audacia...e os Betharramitas mostram que realmente sao missionarios do Reino......Sempre prontos para voar aonde for preciso.....

    ResponderExcluir